terça-feira, 28 de junho de 2011

DESFECHOS DA «XI SEMANA REGIONAL DE PREVENÇÃO DAS TOXICODEPENDÊNCIAS

Sob o mote “Uma intervenção...Todos convocados”, decorreu a XI Semana Regional de Prevenção das Toxicodependências que visou a criação de um “espaço” de reflexão, partilha de conhecimentos e experiências em torno de intervenções desenvolvidas na Região Autónoma da Madeira, bem como a projecção de desafios futuros.
«Esta será uma semana importante, em que intensificaremos as iniciativas preventivas, promoveremos o debate, procurando uma ampla mobilização social, educativa e cívica, com a participação activa de entidades, dos vários sectores públicos e privados, bem como da sociedade civil, na construção de um movimento em rede, potenciador da prevenção e de comportamentos responsáveis. A prevenção tem sido o principal eixo de intervenção do Governo Regional da Madeira, no combate à toxicodependência. O objectivo tem sido o de fazer de cada cidadão um agente de prevenção no combate à toxicodependência.» Foram estas as palavras proferidas pelo Senhor Secretário Regional dos Assuntos Sociais no momento de Abertura da XI Semana Regional de Prevenção das Toxicodependências, promovida pelo Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP-RAM, através do Serviço de Prevenção de Toxicodependência.
Sob o mote “Uma intervenção...Todos convocados”, decorreu mais esta semana que visou a criação de um “espaço” de reflexão, partilha de conhecimentos e experiências em torno de intervenções desenvolvidas na RAM, bem como a projecção de desafios futuros.
Numa época em que nos debatemos com a emergência de novas contingências associadas ao consumo e à preocupação sentida pelos pais, professores, outros técnicos e acompanhada pelas autoridades regionais com o fenómeno do consumo de drogas legais, nesta Semana Regional reforçou-se a ideia de que a alteração de um paradigma centrado no tratamento e reabilitação para o actual foco na prevenção é vantajoso pois torna a comunidade mais permeável à promoção de iniciativas nesta área.
Desde há muito que ouvimos a célebre frase “a toxicodependência é um problema da sociedade”. Sendo assim, não seremos todos nós e cada um, membro activo dessa mesma sociedade? Cada um poderá desempenhar o seu papel na prevenção, nos diferentes contextos e cenários onde se move. Nesta lógica foram apresentados, na voz dos parceiros do Serviço de Prevenção de Toxicodependência, alguns projectos e iniciativas em desenvolvimento.
Reconhecendo o papel primordial da família na prevenção dos comportamentos de risco, foi apresentado o Programa de Intervenção Precoce e Competências Parentais do Centro de Segurança Social da Madeira. Juntamente com a família, a escola é um dos principais espaços promotores do crescimento saudável, no entanto ao longo da idade escolar os alunos sofrem mudanças e períodos de crise que os expõe a múltiplos riscos. Para fazer face a esta circunstância, as intervenções têm início na infância e acompanham o ciclo de vida através de várias iniciativas: Programa “Preparando o meu futuro” (Direcção Regional de Educação em articulação com as escolas de 1º Ciclo), Programa “Atlante – Enfrentar o desafio das drogas”, dirigido a alunos do 2º e 3º ciclos, Campanha “Eu vivo feliz, livre, forte, radicalmente e intensamente…sem drogas” (IASaúde, IP-RAM), Projecto Trapézio (Escola Secundária Dr. Ângelo Augusto da Silva) e o Projecto PUMA (Universidade da Madeira).
Os contextos comunitários são também meios privilegiados de actuação, nestes é notável o desenvolvimento de diversas iniciativas preventivas: Projecto “Ser é crescer” (Abrigo de Nª. Sra. Da Conceição e Patronato de São Filipe), Projecto “Respostas comunitárias ao desafio da prevenção” (Clube Futebol Andorinha) e Projecto “Viver a prevenção no Imaculado” (Junta de Freguesia do Imaculado Coração de Maria).
A conjugação de saberes de diferentes áreas, expressa nos projectos apresentados, no envolvimento de diversas entidades do sector público e privado, e na projecção de novos campos de actuação demonstrou a cooperação existente entre o Serviço de Prevenção de Toxicodependência e os diferentes parceiros comunitários, enfatizando a prevenção nos diferentes contextos: familiar, escolar, laboral, comunitário, desportivo, recreativo e meio rodoviário.

Alicia Freitas – Psicóloga
IA-Saúde e Assuntos Sociais
Serviço de Prevenção de Toxicodependência

In Jornal da Madeira

quinta-feira, 16 de junho de 2011

ALUNOS SENSIBILIZADOS PARA AS DEPENDÊNCIAS

Ontem foram dados a conhecer os resultados do projecto Atlante nas escolas. O moderador do debate foi o director regional de Educação e os oradores foram professores coordenadores deste programa nas escolas.
No segundo dia da XI Semana Regional de Prevenção das Toxicodependências foi a vez dos professores responsáveis pelo projecto Atlante, nas escolas de Santana, Machico, Camacha e Curral das Freiras, falarem do impacto que este programa de prevenção das toxicodependências tem junto dos alunos.
O debate, denominado "Fórum Atlante", teve como moderador o director regional de Educação que, em declarações à comunicação social, explicou que este projecto decorre nas escolas do 2.º e 3.º ciclos da Região desde 2005 e conta com a coordenação do Serviço de Prevenção de Toxicodependências.
Uma vez que, tal como já diz o ditado, "mais vale prevenir do que remediar", Rui Anacleto entende que a «sensibilização é fundamental e isso é o que temos feito juntas escolas. Pelo "feed-back" que temos recebido das escolas esse objectivo tem vindo a ser cumprido».
Da mesma opinião é Maria Nazaré Freitas, uma das formadoras do programa Atlante. A responsável referiu que as formações dadas aos professores, em oito sessões, servirão para «dotar os alunos de competências que lhes permitam decidir por si próprios e tomar decisões acertivas».
Ana Luísa Ascenso, responsável pelo projecto na Escola Básica e Secundária de Machico, foi uma das oradoras neste fórum. Também nesta escola, os alunos são sensibilizados para a prevenção das dependências, não só a nível das substâncias tóxicas mas também de hábitos de vida saudável e promoção da auto-estima. Um projecto que, confessa, «está a ser muito gratificante» porque «acabamos por sentir que os alunos se interessam pelo assunto».
Para Artur Silva, docente na Escola Básica do 2.º e 3.º Ciclos do Curral das Freiras, o projecto nesta freguesia incide-se mais a nível do álcool e do tabaco pois são as dependências que vão mais ao encontro da realidade da localidade. Embora as drogas sejam também abordadas nas sessões, «o objectivo é fazer com que os jovens sintam que podem desabafar, contar as suas experiências e os casos que conhecem», explicou o professor. Apesar de haver uma resistência inicial em falar destes temas, Artur Silva frisou que no final esse "gelo" é quebrado e os resultados são muito positivos.

In Jornal da Madeira