quinta-feira, 17 de novembro de 2011

AÇÃO DE SENSIBILIZAÇÃO ASSINALOU DIA DO NÃO FUMADOR

Numa iniciativa promovida pela Câmara Municipal da Ribeira Brava, decorreu hoje (17 de Novembro), na biblioteca municipal daquele município, uma ação de informação / sensibilização evocativa do Dia do Não Fumador. Destinada a alunos dos 2.º e 3.º ciclos, estiveram presentes nesta ação alunos das duas escolas deste grau de ensino do concelho, nomeadamente as turmas do 9.º A e do 9.º B da nossa escola.
Antónino Pacheco foi o orador convidado, alertando os jovens presentes para os riscos da iniciação ao consumo desta droga, o que, conforme demonstram as estatísticas, sucede regra geral cada vez mais cedo, ainda numa fase precoce da adolescência. “Fumar mata” é mais do que um mero slogan um alerta que deve ser tido em conta, conforme fez questão de demonstrar o preletor convidado, expondo várias das complicações de saúde a que estão expostos os fumadores.
A terminar, a coordenação do programa ATLANTE queria deixar um agradecimento muito especial às professoras Maria José Faria e Márcia Temtem que se disponibilizaram a acompanhar os alunos nesta atividade.    
Eis um excerto da reportagem realizada pela RTP Madeira a esta iniciativa: 
   
 

domingo, 13 de novembro de 2011

PREVENIR? PORQUE SIM!

Prevenir? Porque sim!
Porque é melhor prevenir do que remediar…
Porque cada dia é diferente do anterior…
Porque agir antes de acontecer é estar melhor preparado…
É consensual que o consumo de substâncias psicoativas é uma ameaça ao desenvolvimento e bem-estar social e económico, acarreta consequências adversas sérias, no próprio indivíduo, e naqueles que com ele convivem, nomeadamente família, amigos, colegas e sociedade em geral.
Não apenas em Portugal, mas também na Europa e no Mundo o consumo destas substâncias é uma grande preocupação de saúde pública, na medida em que temos noção dos efeitos e consequências negativas para o próprio e terceiros. O consumo do tabaco, álcool e outras drogas não pode ser analisado apenas na dimensão individual, enquanto comportamento isolado, mas enquanto ato social, onde o comportamento daqueles que consomem tem influência no comportamento de terceiros face ao consumo, com impacto no desenvolvimento económico e organização das sociedades.
Apesar de social e culturalmente haver uma certa tolerância ao consumo de álcool e tabaco, não podemos esquecer que estas substâncias provocam também alterações ao nível do sistema nervoso central, causando dependência física e psicológica. A própria Organização Mundial da Saúde diz que droga “É toda a substância, natural ou sintética, que altera o funcionamento do Sistema Nervoso Central (deprimindo-o, estimulando-o ou perturbando-o)”.



Percurso do adolescente nunca é uma linha reta


É inquestionável a necessidade e premência de continuarmos a investir na prevenção das toxicodependências. O objetivo primordial do Serviço de Prevenção de Toxicodependência e da sua estratégia de intervenção é, sem dúvida, evitar o início do consumo das substâncias psicoativas na população, com especial incidência nas crianças, nos jovens e nas suas famílias. O percurso do adolescente nunca é uma linha reta. Ocorrem avanços e recuos, absolutamente normais. Daqui a necessidade de trabalhar com estes jovens diferentes competências, de forma a capacitá-los para saberem estar nas diferentes situações e contextos. Assim, e de acordo com uma boa prevenção, os projetos devem ser desenvolvidos ao longo do ciclo de desenvolvimento, de forma contínua, preferencialmente em meio escolar, por ser este o contexto onde as crianças / jovens passam a maior parte do seu tempo.
Relativamente aos programas de intervenção o modelo sócio-afetivo (Hansen, 1992) dá especial valorização às variáveis individuais – as atitudes, crenças, valores, autoconceito, auto-estima, conhecimentos e tomada de decisão e às variáveis sociais – processo de aprendizagem e pressão social: Atividades alternativas – visam promover junto dos jovens o desenvolvimento de atividades incompatível com o uso de substâncias.
Auto-estima – desenvolver sentimentos positivos em relação a si próprio.
Clarificação de valores – clarificar os valores percebendo a relação entre valores pessoais e consequências das decisões.

Competências individuais e sociais – capacitar para a assertividade e resolução de conflitos interpessoais.
Compromisso – trabalhar para o compromisso de nunca usar drogas.
Estabelecimento de normas – fixar normas que dificultam a acessibilidade às drogas e compromisso de não consumir, corrigindo as percepções erradas que possam existir.

Informação – trabalhar os conhecimentos e crenças sobre as consequências do uso de substâncias psicoativas.
Lidar com o stress – ensinar habilidades ou estratégias para lidar com o stress, especialmente em situações particularmente difíceis ou até contrariedades, como a não entrada na universidade para o curso pretendido ou a ruptura de uma relação de namoro.
Dar suporte ou assistência - fornecer apoio e orientação para resolver os problemas do quotidiano.
Traçar objetivos – Incentivar a escolha de objectivos e motivar para o sucesso.
Tomada de decisão – capacitar para a tomada de decisões racionais relativamente às substâncias.




Jovens serem os difusores da informação


Ao longo do tempo o Serviço de Prevenção de Toxicodependência tem envolvido jovens em muitos dos projetos e programas preventivos, procurando que sejam eles os principais agentes de difusão da informação, de atitudes e comportamentos responsáveis no domínio da promoção da saúde e prevenção das toxicodependências. São os denominados projetos de prevenção de pares, que se têm revelado bastante eficazes, na medida em que para os jovens é muito mais fácil aceitar a mensagem e a influência do seu amigo ou colega, dada a sua relação de proximidade, do que dos professores ou dos técnicos.
Contudo, e apesar de todo o investimento em programas preventivos, que se possam desenvolver em meio escolar, recreativo ou desportivo, não podemos esquecer o relevante papel dos pais no desenvolvimento das crianças e dos jovens. São os pais que proporcionam o desenvolvimento das condições necessárias para uma maturação equilibrada e saudável. Caso dúvidas houvesse, temos todas as razões para responder “porque sim” ao desafio da prevenção.


Idalina Sampaio
Socióloga Instituto de Administração da Saúde e Assuntos Sociais, IP-RAM
Serviço de Prevenção de Toxicodependência