quinta-feira, 11 de novembro de 2010

COCAÍNA E ANFETAMINAS UTILIZADAS POR ESTUDANTES

É um hábito dos estudantes do secundário, nestas alturas de exames, consumirem anfetaminas". Quem o garante é o psicólogo clínico especialista na área da farmacologia, Carlos Lopes Pires. Apesar de não ter estudos relativos ao ensino secundário, o psicólogo acredita que "uma boa percentagem" dos cerca de 157 mil estudantes que realizam os exames tomam "substâncias estimulantes".
Porém, neste campo, os "medicamentos" podem-se dividir em dois tipos: os inofensivos, suplementos vitamínicos (como o Cerebrum) e as perigosas anfetaminas ou substâncias similares.
Fruto das várias pesquisas que tem elaborado, Carlos Lopes Pires fez um apanhado das substâncias a que os estudantes recorrem: "Metilfenidato (substância de prescrição médica, aparentada à anfetamina e presente nos medicamentos Ritalina, Rubifen e Concerta), pridana, piracetam, modiodal, piradetam, anfetaminas, e pastilhas de guaraná."
Além desta longa lista de substâncias, que consumidas em excesso "podem provocar psico-esquizofrenia", Lopes Pires acrescenta que ainda é utilizada uma outra droga: "a cocaína".
Apesar de nocivas para a saúde, o psicólogo reconhece que estas substâncias dão resultados, uma vez que "fornecem um grau mais intenso de adrenalina, aumentam a capacidade de estar várias horas seguidas a estudar e aceleram as capacidades cognitivas."
Para Rui Trindade, especialista em Ciências da Educação, os estudantes consomem cada vez mais a anfetaminas porque "há muita pressão, o que os leva a recorrer a meios lícitos e ilícitos". Além disso, "a concorrência é cada vez mais feroz, instalando o 'ganhar a todo o custo'".
Contactado pelo DN, o Infarmed disse não ter dados sobre o consumo de estimulantes, uma vez que "só analisa os produtos comparticipados pelo Estado". Já a Associação Nacional de Farmácias (ANF) reconhece, através da sua vice-presidente, Maria da Luz Sequeira, que "nestas épocas a venda de ampolas aumenta. Os alunos mais cansados consomem suplementos para o cansaço físico e intelectual".
Porém, reforça que a ANF não tem qualquer estudo sobre a matéria. No que diz respeito às anfetaminas a farmacêutica "nem acredita que produtos desse género andem fora do circuito das farmácias". Também João Goulão, presidente do Instituto da Droga e da Toxicodependência, revela que aquele organismo não tem qualquer estudo sobre o consumo de anfetaminas por parte dos estudantes nem campanhas de sensibilização.
Por outro lado, mesmo que dados existissem poderiam não ser completamente fidedignos, porque, como explica Carlos Lopes Pires, "os estudantes podem comprar na Internet". Ainda assim, o psicólogo acredita que "a maioria dos alunos consegue-o por via médica". Tudo porque muitas destas substâncias são utilizadas para outros fins, como tratamento das pessoas que sofrem de hiperactividade.

Fonte: DN

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