Mais do que os excessos alimentares que são tradicionais da época natalícia, os excessos em termos de bebidas alcoólicas são aqueles que mais preocupam os profissionais de saúde. O médico endocrinologista, Silvestre Abreu, diz que embora a carne de vinha d'alhos seja um alimento extremamente calórico, o pior das celebrações de Natal e de fim-de-ano é mesmo o álcool. E é entre os jovens que os excessos são mais visíveis, principalmente em termos de bebidas que não são tradicionais. "Antes, a tradição passava por beber um copo de licor ou Genebra, agora os jovens preferem os 'shots' e a ingestão de álcool, somente pelo álcool", acrescenta.
O também director do Serviço de Endocrinologia do Serviço de Saúde da Região e coordenador do programa regional de Controlo e Prevenção da Diabetes ressalva ainda a importância de não ser fundamentalista quanto às tradições alimentares do Natal. "Não são os excessos cometidos no Natal que promovem a obesidade", explica. "A obesidade promove-se pelos excessos ao longo do ano".
Apologista de que as tradições devem ser mantidas como 'imagens de marca' de um povo, Silvestre Abreu defende que as pessoas até podem e devem cometer alguns excessos, desde que tenham regras, moderação e mecanismos de defesa. "Não vamos proibir que esses excessos aconteçam", diz. "Vamos mas é estimular a que as pessoas minimizem o impacto dos mesmos, aumentando por exemplo a actividade física e também se defendendo, comendo, por exemplo, uma sopa antes da carne de vinha d'alhos, diminuir o açúcar na confecção dos doces, apostar na ingestão de fruta e legumes e sobretudo no consumo racional das bebidas alcoólicas".
E depois das refeições mais 'exageradas', Silvestre Abreu aconselha ainda a que as pessoas façam uma caminhada.
Fonte: Diário de Notícias
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