sábado, 2 de outubro de 2010

MARIA CHEIA DE GRAÇA

Um dos materiais que tenho utilizado nestes quatro anos que já levo na implementação do ATLANTE é o filme “Maria Cheia de Graça”. Um instrumento poderoso no que concerne à informação e sensibilização para a importância da tomada de decisões relativamente ao deslumbramento efémero que as drogas por vezes podem provocar . Uma obra-prima de Joshua Marston que, em 2005, quase valia à actriz colombiana que interpreta a protagonista do filme (Catalina Sandino Moreno) o Óscar de melhor actriz. Este drama mostra com uma honestidade desconcertante “o outro lado da moeda”.
Numa linha quase documental, “Maria Cheia de Graça” é um filme meticuloso na forma como descreve todo o processo de tráfico: vemos como são feitos os invólucros, como os “correios” treinam para engoli-los sem vomitar, como os ingerem, o que têm de fazer se por acaso os invólucros são expelidos fora de tempo.
O título do filme - retirado da oração Avé Maria - e a imagem do poster - a comunhão, substituindo a hóstia por um invólucro de droga - podem fazer esperar um filme carregado de iconografia religiosa. Mas não é o caso. Apesar da crítica implícita à hipocrisia inerente a uma sociedade fortemente religiosa, Marston não insiste neste ponto. Maria, Blanca e Lucy são vítimas, mas não inocentes, escolhendo o caminho errado pelas melhores razões.
Em silêncio, a última cena, poderosa e transcendente, é o culminar desta experiência na tentativa de Maria ganhar controlo sobre a sua própria vida. “Maria Cheia de Graça” é sobretudo um drama emocional. Perturbante.

PS: Se alguém estiver interessado neste material (o filme) é só contactar-me que eu terei todo o gosto em emprestar.  

Mas, como dizia o outro, let's look at the trailer!

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